domingo, 24 de fevereiro de 2013

O Inimigo Final: desafios, lembranças e o bom e velho rock ‘n roll


Um fracassado músico de rock que precisa reencontrar o filho com quem mantém uma relação conturbada e ao mesmo tempo confrontar indesejáveis visitantes que ameaçam trazer à tona antigos e obscuros segredos.

Um jovem solitário que mantém aspirações poéticas e vive mergulhado na paranóia urbana de uma grande metrópole e que, após uma sucessão de acontecimentos insólitos, decide voltar à sua pequena cidade natal para acertar as contas com um passado traumático.
Um homem devastado pelo fim de um tórrido e polêmico caso amoroso que, em busca de uma forma para aplacar seu sofrimento, acaba se deparando com um fato inusitado que o leva a refletir sobre a condição humana e os rumos de sua própria vida.

Três personagens cujas trajetórias se entrecruzam de forma tão sutil quanto determinante em uma história ambientada em redutos noturnos de boemia e truculência e perpassada por temas sombrios como o ódio e a vingança, mas também redentores como a amizade e o perdão.

Com esta sinopse André Bozzetto Jr. nos apresenta seu mais novo romance, “O Inimigo Final”. Longe dos uivos sobrenaturais de seus trabalhos anteriores, André nos guia a um novo universo onde a realidade cotidiana, com seus altos e baixos, prende-nos em nossas escolhas e nos ensina a seguir em frente com as conseqüências destas.

Conhecemos o trabalho do André há algum tempo e, na mais pura sinceridade, somos fãs incondicionais dos monstruosos “cães da lua” que tingem de vermelho as páginas dos livros “Na Última Lua Cheia” e “Jarbas”, mas também amamos o bom e velho rock ‘n roll. Em “O Inimigo Final”, André Bozzetto Jr. ministra uma incrível viagem na vida de três personagens de uma forma tão visceral e concreta que os leitores chegam a sentir o gosto da bebida, o peso da responsabilidade dos atos de seus protagonistas e curtem os capítulos, um por um, como se o livro fosse uma espécie de MP3 com páginas.

O blog TRIBUTO METAL conversou com o escritor sobre a proposta, os processos de criação da trama e dos personagens deste trabalho 100% rock ‘n roll.

Como foi o processo de criação do livro, O Inimigo Final?
R: Demorou um pouco até eu conseguir organizar a estrutura narrativa. Eu tinha algumas idéias, mas elas não se conectavam entre si. Em certo momento tive o insight de inserir alguns temas que poderiam ser desenvolvidos nas histórias de todos os personagens, e isso seria o elo que daria unidade ao romance. Em determinados pontos do livro os caminhos dos três protagonistas se cruzam, mas mesmo que isso não acontecesse haveria uma continuidade temática. Quanto ao enredo, ele mescla passagens reais da minha adolescência transvertidas em ficção, questões existencialistas e referências rock and roll, tudo permeado por bastante ação e suspense.  

O horror do cotidiano real, com seus monstros de terno e gravata, é mais difícil de lidar do que com os tradicionais vampiros, zumbis ou lobisomens?
R: Eu acredito que sim, e isso vale para todos os aspectos. Nos meus livros sobre lobisomens havia uma liberdade criativa que não tinha nenhum compromisso com a realidade. Uma história onde um garotinho de treze anos se transforma em um monstro furioso de dois metros de altura não deve ser levada muito a sério, certo? É apenas entretenimento. Agora, quando se escreve sobre personagens que poderiam tranquilamente ser o nosso vizinho ou o nosso colega de aula, então a verossimilhança é mais importante, pois o texto pode (ou deve) propiciar reflexões que sirvam de paralelo para a vida de qualquer leitor. Pelo menos é isso que eu tentei fazer em O Inimigo Final. Além do mais, acredito que lobisomens e outras criaturas do tipo só existem em nossas fantasias, enquanto os monstros humanos estão por aí nas ruas, cometendo barbaridades todos os dias.  

O personagem Christian Esteves foi inspirado em algum músico real?
R: Não, é um personagem totalmente fictício, e devo dizer que me diverti um bocado com a sua criação. Pensei que a idéia de um músico de rock fracassado que depois de velho se converteu em um motociclista beberrão e encrenqueiro poderia render boas aventuras, e acho que deu certo, pois ele é um dos personagens que mais tem ganhado elogios dos leitores. Além disso, como eu e o Christiano Carstensen Neto – que fez as ilustrações do livro – somos grandes fãs do Clint Eastwood, decidimos que o personagem teria uma aparência levemente semelhante à dele. Assim, a ilustração que abre o prólogo é a nossa homenagem a um grande ídolo.

Notei uma mágoa e solidão sem limites nas partes onde o personagem se isola da realidade ao assistir uma televisão fora do ar. Existe esta miscelânea de conflitos em sua carreira como escritor que precisou ser expurgada na forma de um romance?
R: Eu me considero um cara privilegiado, pois sempre tive ao meu lado pessoas boas, que me apóiam em tudo. Talvez por isso a solidão do personagem seja tão deprimente e desesperadora, porque eu consigo imaginar o quão terrível poderia ser viver sem as pessoas que fazem parte da minha vida. O que há de real ali e a nostalgia, certo saudosismo em relação a uma época boa que passou e não volta mais. Porém, acredito que muitos sentem isso quando pensam no seu passado, e não há nada que se possa fazer além de cultivar as boas lembranças. Obviamente, estou me referindo à vida pessoal, pois em relação à minha carreira de escritor – que está completando 15 anos em 2013 – não tenho do que reclamar, está ficando melhor a cada novo livro lançado.

Qual a trilha sonora indicada por você para todos aqueles que estão lendo (e ainda vão ler!) o livro, O Inimigo Final?
R: Creio que o livro já tem a trilha sonora estampada em suas páginas, pois os personagens tocam, ouvem e falam sobre música com bastante frequência. Christian Esteves, por exemplo, é fã do Lynyrd Skynyrd – e há várias referências à banda na história – mas o seu repertório inclui também Led Zeppelin, The Doors e Elvis Presley, entre outros. O grupo de garotos, por sua vez, curte mais um heavy metal tradicional, como Iron Maiden, Sepultura e Metallica. E por falar no Metallica, posso exemplificar mencionando que boa parte da história se passa em 1997, ano em que a banda lançou o álbum Reload, e isso é citado por um personagem. Ou seja, é uma trilha calcada no bom e velho rock and roll!  

O INIMIGO FINAL

Autoria de André Bozzetto Jr.
Finalização de capa e diagramação de M. D. Amado
Ilustração de capa: Deviney
Foto de capa: Dundanim
Ilustrações internas de Christiano Carstensen Neto
Formato 14cm x 21cm
Capa e papel Reciclato 240g com orelhas de 8cm, detalhe em relevo
144 páginas em papel pólen bold 90g


segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Theatre des Vampires & Ravenland na NEWZ