Um fracassado músico de rock que precisa reencontrar o filho com quem
mantém uma relação conturbada e ao mesmo tempo confrontar indesejáveis
visitantes que ameaçam trazer à tona antigos e obscuros segredos.
Um jovem solitário que mantém aspirações poéticas e vive mergulhado na paranóia
urbana de uma grande metrópole e que, após uma sucessão de acontecimentos
insólitos, decide voltar à sua pequena cidade natal para acertar as contas com
um passado traumático.
Um homem devastado pelo fim de um tórrido e polêmico caso amoroso que,
em busca de uma forma para aplacar seu sofrimento, acaba se deparando com um
fato inusitado que o leva a refletir sobre a condição humana e os rumos de sua
própria vida.
Três personagens cujas trajetórias se entrecruzam de forma tão sutil
quanto determinante em uma história ambientada em redutos noturnos de boemia e
truculência e perpassada por temas sombrios como o ódio e a vingança, mas
também redentores como a amizade e o perdão.
Com esta sinopse André Bozzetto Jr. nos apresenta seu mais novo
romance, “O Inimigo Final”. Longe dos uivos sobrenaturais de seus trabalhos
anteriores, André nos guia a um novo universo onde a realidade cotidiana, com
seus altos e baixos, prende-nos em nossas escolhas e nos ensina a seguir em
frente com as conseqüências destas.
Conhecemos o trabalho do André há algum tempo e, na mais pura
sinceridade, somos fãs incondicionais dos monstruosos “cães da lua” que tingem de
vermelho as páginas dos livros “Na Última Lua Cheia” e “Jarbas”, mas também amamos
o bom e velho rock ‘n roll. Em “O Inimigo Final”, André Bozzetto Jr. ministra
uma incrível viagem na vida de três personagens de uma forma tão visceral e
concreta que os leitores chegam a sentir o gosto da bebida, o peso da
responsabilidade dos atos de seus protagonistas e curtem os capítulos, um por
um, como se o livro fosse uma espécie de MP3 com páginas.
O blog TRIBUTO METAL conversou com o escritor sobre a proposta, os
processos de criação da trama e dos personagens deste trabalho 100% rock ‘n
roll.
Como foi o processo de criação do livro, O Inimigo Final?
R: Demorou um pouco até eu conseguir organizar a estrutura
narrativa. Eu tinha algumas idéias, mas elas não se conectavam entre si. Em
certo momento tive o insight de
inserir alguns temas que poderiam ser desenvolvidos nas histórias de todos os
personagens, e isso seria o elo que daria unidade ao romance. Em determinados
pontos do livro os caminhos dos três protagonistas se cruzam, mas mesmo que
isso não acontecesse haveria uma continuidade temática. Quanto ao enredo, ele
mescla passagens reais da minha adolescência transvertidas em ficção, questões
existencialistas e referências rock and
roll, tudo permeado por bastante ação e suspense.
O horror do cotidiano real, com seus monstros de terno e gravata, é
mais difícil de lidar do que com os tradicionais vampiros, zumbis ou
lobisomens?
R: Eu acredito que sim, e isso vale para todos os aspectos. Nos
meus livros sobre lobisomens havia uma liberdade criativa que não tinha nenhum
compromisso com a realidade. Uma história onde um garotinho de treze anos se
transforma em um monstro furioso de dois metros de altura não deve ser levada
muito a sério, certo? É apenas entretenimento. Agora, quando se escreve sobre
personagens que poderiam tranquilamente ser o nosso vizinho ou o nosso colega
de aula, então a verossimilhança é mais importante, pois o texto pode (ou deve) propiciar reflexões que sirvam
de paralelo para a vida de qualquer leitor. Pelo menos é isso que eu tentei
fazer em O
Inimigo Final.
Além do mais, acredito que lobisomens e outras criaturas do tipo só existem em
nossas fantasias, enquanto os monstros
humanos estão por aí nas ruas, cometendo barbaridades todos os dias.
O personagem Christian Esteves foi inspirado em algum músico real?
R: Não, é um personagem totalmente fictício, e devo dizer que me
diverti um bocado com a sua criação. Pensei que a idéia de um músico de rock
fracassado que depois de velho se converteu em um motociclista beberrão e encrenqueiro
poderia render boas aventuras, e acho que deu certo, pois ele é um dos
personagens que mais tem ganhado elogios dos leitores. Além disso, como eu e o Christiano Carstensen Neto – que fez as
ilustrações do livro – somos grandes fãs do Clint Eastwood, decidimos que o personagem teria uma aparência
levemente semelhante à dele. Assim, a ilustração que abre o prólogo é a nossa
homenagem a um grande ídolo.
Notei uma mágoa e solidão sem limites nas partes onde o personagem se
isola da realidade ao assistir uma televisão fora do ar. Existe esta miscelânea
de conflitos em sua carreira como escritor que precisou ser expurgada na forma
de um romance?
R: Eu me considero um cara privilegiado, pois sempre tive ao meu
lado pessoas boas, que me apóiam em tudo. Talvez por isso a solidão do personagem
seja tão deprimente e desesperadora, porque eu consigo imaginar o quão terrível
poderia ser viver sem as pessoas que fazem parte da minha vida. O que há de
real ali e a nostalgia, certo saudosismo em relação a uma época boa que passou
e não volta mais. Porém, acredito que muitos sentem isso quando pensam no seu
passado, e não há nada que se possa fazer além de cultivar as boas lembranças.
Obviamente, estou me referindo à vida pessoal, pois em relação à minha carreira
de escritor – que está completando 15 anos em 2013 – não tenho do que reclamar,
está ficando melhor a cada novo livro lançado.
Qual a trilha sonora indicada por você para todos aqueles que estão
lendo (e ainda vão ler!) o livro, O Inimigo Final?
R: Creio que o livro já tem a trilha sonora estampada em suas
páginas, pois os personagens tocam, ouvem e falam sobre música com bastante
frequência. Christian Esteves, por exemplo, é fã do Lynyrd Skynyrd – e há várias referências à banda na história – mas
o seu repertório inclui também Led Zeppelin,
The Doors e Elvis Presley, entre outros. O grupo de garotos, por sua vez, curte
mais um heavy metal tradicional, como Iron
Maiden, Sepultura e Metallica. E por falar no Metallica,
posso exemplificar mencionando que boa parte da história se passa em 1997, ano
em que a banda lançou o álbum Reload, e isso é citado por um personagem. Ou
seja, é uma trilha calcada no bom e velho rock and roll!
O INIMIGO FINAL
Autoria de André Bozzetto Jr.
Finalização de capa e diagramação
de M. D. Amado
Ilustração de capa: Deviney
Foto de capa: Dundanim
Ilustrações internas de
Christiano Carstensen Neto
Formato 14cm x 21cm
Capa e papel Reciclato 240g com
orelhas de 8cm, detalhe em relevo
144 páginas em papel pólen bold
90g