terça-feira, 18 de maio de 2010

30 anos sem Ian Curtis


Um show especial vai marcar o aniversário de 30 anos da morte do líder do Joy Division, Ian Curtis, dia 18 de maio, em Manchester. Na oportunidade, o baixista Peter Hook vai tocar a íntegra do primeiro disco do grupo, “Unknown Pleasures”. Além de Hook, a banda terá vários convidados especiais, cujos nomes não foram anunciados. Espera-se a presença dos outros ex-integrantes, Bernard Sumner e Stephen Morris. Os três remanescentes passaram a formar o New Order após o suicídio de Curtis. Na noite comemorativa, serão exibidas imagens inéditas do Joy Division e do New Order, peças do evento “An Evening of Unknown Pleasures”, que Peter Hook vai exibir em outras cidades do Reino Unido.

Curtis e o Joy Division

Ian Curtis nasceu no Memorial Hospital em Old Trafford, Manchester, em 1956. Ele cresceu na área de Hurdsfield em Macclesfield. Ainda muito jovem, já demonstrava talento para a composição de músicas e poesia. Embora tenha se formado na King's School de Macclesfield aos 11 anos de idade, nunca demonstrou interesse no sucesso acadêmico, focando seus interesses e ambições na área da indústria musical. Sua paixão pela música o levou a trabalhar numa loja de discos por um curto período de tempo. Também trabalhou como funcionário público em Manchester e, mais tarde, em Macclesfield.

Ian Curtis decidiu seu destino após assistir a uma apresentação dos Sex Pistols em 1976, onde se convenceu de que queria estar no palco, e não no meio do público. Conheceu então os jovens Bernard Sumner e Peter Hook - tinha visto o cartaz dos dois garotos que estavam tentando formar uma banda e se propôs a ser o vocalista e escritor das letras. Os três recrutaram (e rejeitaram) uma sucessão de bateristas até a decisão de aceitar Stephen Morris como o quarto membro da banda, que se chamou Warsaw por um curto período de tempo até mudar seu nome para Joy Division, em 1978, por causa de conflitos com o nome de uma outra banda: Warsaw Pact.

Diz-se que a persistência de Ian Curtis ajudou a assegurar à banda um contrato de gravação com a hoje lendária gravadora Factory Records, de Tony Wilson. Ian convenceu Tony Wilson a permitir sua banda tocar "Shadowplay" no Granada Reports — um programa regional de televisão apresentado por ele. Após estabelecer a Factory Records com Alan Erasmus, Tony Wilson aceitou a banda no seu selo.

Durante as apresentações do Joy Division, Ian Curtis desenvolveu um estilo único de dançar, reminiscente dos ataques epiléticos dos quais sofria, algumas vezes no palco. O efeito era tal que as pessoas que estavam no público não sabiam se ele estava dançando ou tendo um ataque. Ele algumas vezes desmaiou e teve de ter atendimento médico ainda no palco, já que sua saúde sofria com a intensa rotina de apresentações dos Joy Division.

Muitas das canções que Ian Curtis escreveu são carregadas com imagens de dor emocional, morte, violência, alienação e degeneração urbana. Tais temas recorrentes levaram os fãs e sua esposa, Deborah, a acreditar que Ian escrevia sobre sua própria vida. Ele certa vez comentou a respeito numa entrevista: "Escrevo sobre as diferentes formas que diferentes pessoas lidam com certos problemas, e como essas pessoas podem se adaptar e conviver com eles".

Ian cantava com um estranho timbre baixo-barítono, o que fazia com que sua voz parecesse pertencer a alguém muito mais velho que ele realmente era. Era também fascinado pela escaleta Hohner, um instrumento que foi mostrado a ele pela esposa de Tony Wilson, Lindsey Reade, pouco tempo antes da morte de Ian. Ele utilizou o instrumento ao vivo pela primeira vez durante uma passagem de som do Leigh Rock Festival em 1979, após o que ele adquiriu uma coleção de oito desses instrumentos. A fascinação de Ian Curtis pela escaleta levaria Bernard Sumner a utilizar o instrumento tempos depois, no New Order.

Os Joy Division, e em particular Ian Curtis, tiveram seu estilo de gravação desenvolvido pelo produtor Martin Hannett. Alguns de seus trabalhos mais inovativos foram criados no Cargo Recording Studios em 1979, um estúdio que fora desenvolvido por John Peel e seus investimentos financeiros. John Peel era um grande fã do Joy Division e de Ian Curtis.

Ian Curtis foi fortemente influenciado pelos escritores William Burroughs, J G Ballard e Joseph Conrad — os títulos das canções "Interzone", "Atrocity Exhibition" e "Colony" vieram dos três autores, respectivamente. Foi também influenciado pelos vocalistas Lou Reed, Jim Morrison, Iggy Pop e David Bowie.

A última apresentação ao vivo de Ian Curtis aconteceu no dia 2 de maio de 1980, na Universidade de Birmingham, e aconteceu no mesmo mês de sua morte. Essa apresentação incluiu a primeira e última performance da música "Ceremony" pelos Joy Division — música que foi depois usada pelos New Order. A última música que Ian Curtis executou frente ao público foi "Digital". A gravação da apresentação pode ser encontrada no álbum de compilações "Still".

Os efeitos da epilepsia e dos problemas pessoais de Ian Curtis, como o divórcio conturbado da sua esposa e um caso extra-conjugal com a jornalista belga Annik Honoré, poderão ter contribuído para o suicídio de Ian, que se enforcou aos 23 anos de idade. De acordo com o livro Touching From A Distance, Ian ingeriu uma overdose de medicamentos para epilepsia e foi parar num hospital poucos meses antes de sua morte. Acredita-se que tal overdose tenha sido um "pedido de socorro", mas Ian disse a seus companheiros de banda que não havia ingerido uma overdose. O livro conta que Bernard Sumner levou Ian a um cemitério após sua saída do hospital, para lhe mostrar onde ele poderia ter ido parar caso a overdose tivesse sido fatal.

Na noite em que Ian Curtis cometeu suicídio, dias antes do início da primeira turnê do Joy Division nos Estados Unidos, ele assistiu a um de seus filmes favoritos, Stroszek, de Werner Herzog, enquanto ouvia "Weeping". Momentos antes de se enforcar falou por telefone com um amigo, nomeadamente membro de uma banda. Mais tarde ele se enforcou em sua cozinha, segundo se conta, ouvindo o disco The Idiot, de Iggy Pop. Os pontos de vista e as preferências de Ian Curtis continuam a gerar especulações sobre as reais razões pelas quais ele resolveu tirar a própria vida. Alguns dizem que ele simplesmente desejou morrer jovem. Mas o facto é que Ian já era conturbado em sua adolescência, com pensamentos e ideologias de contracultura, uma mente provavelmente já farta do mundo ao seu redor.

Ian Curtis foi cremado e as suas cinzas foram enterradas em Macclesfield, com uma lápide com a inscrição "Love Will Tear Us Apart" ("O Amor Vai Nos Destruir"). O epitáfio, escolhido por sua esposa Deborah, é uma referência à canção mais conhecida do Joy Division.

Os membros remanescentes do Joy Division formaram a banda New Order após a morte de Ian Curtis. A banda havia feito um acordo de que o Joy Division não continuaria se um dos membros deixasse a banda ou morresse. O primeiro álbum dos New Order, Movement, possui uma canção intitulada I.C.B., que significa "Ian Curtis Buried" ("Ian Curtis Enterrado").

Em maio de 2007, um filme britânico sobre a vida e a morte de Ian Curtis, intitulado Control, estreou no Festival de Cannes. No papel de Ian Curtis está o actor britânico Sam Riley (em seu primeiro filme como actor principal), que nasceu em 1980, cerca de quatro meses antes do suicídio de Ian Curtis. O filme é dirigido pelo holandês Anton Corbijn.

FONTE: Wickipedia

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Morre mais um grande mestre do Metal


O roqueiro americano Ronnie James Dio morreu na manhã deste domingo (16), aos 67 anos, de câncer no estômago. Ícone do Heavy Metal, ele foi vocalista das bandas Dio, Black Sabbath e Heaven & Hell.

A notícia da morte foi divulgada pela mulher do músico, Wendy. “Hoje meu coração está partido, Ronnie se foi às 7h45”, contou no site oficial do artista. "Muitos de nossos amigos e familiares puderam se despedir antes que ele se fosse em paz. Ronnie sabia que era muito amado por todos", completa.

A notícia de que estava com câncer foi anunciada em novembro de 2009. Ele iniciou o tratamento com a doença ainda no estágio inicial e havia diminuído o número de show nos últimos meses.

Dio começou sua carreira nos anos 70, como cantor e baixista da banda Elf, com a qual gravou três álbuns. Mais tarde, mudou para o grupo Rainbow, a convite de Ritchie Blackmore (ex-Deep Purple).

Dio também foi vocalista do Black Sabbath, com quem gravou quatro álbuns, incluindo clássicos como "Heaven and Hell" e "Mob Rules". Dio substituiu Ozzy Osborne, que deixou o grupo em 1979.

Dio ajudou a criar uma das maiores tradições do heavy metal. No documentário "Metal - a Headbangers Journey" ele é citado como um dos inventores do "chifrinho" (horn's up) feito com as mãos, imitado por fãs do gênero no mundo inteiro. Segundo ele, o símbolo era usado por sua avó italiana, e servia para afastar o "mau olhado".

Dio esteve no Brasil há exatamente um ano. Na madrugada de 16 de maio de 2009, e subiu no palco do Credicard Hall, em São Paulo, junto com sua banda, Heaven & Hell, que contava com o guitarrista original do Black Sabbath, Tommy Iommi, tocando um repertório que incluía músicas novas e faixas da fase em que Dio comandou os vocais do Sabbath.

Resta agora apenas a saudade de mais um dos reis do metal mundial e o espaço vazio no coração de todos os headbangers com mais de 20 anos. Salve, grande Dio e que sua estadia (onde quer que seja - no céu ou no inferno) seja movida a muito rock 'n roll...\m/